Pais e responsáveis devem ficar atentos a mudanças de comportamento, como choro constante e sinais de irritabilidade

Os sintomas de dengue no público infantil são semelhantes aos observados nos adultos. Geralmente a doença aparece por meio de febre, dor de cabeça (atrás dos olhos), dores no corpo, fadiga, fraqueza, manchas, erupções e coceiras na pele. O desafio em identificar reside nos casos dos mais novos, como bebês, que ainda não sabem se comunicar. É preciso verificar se a criança está mais quieta, se aceita menos líquido ou o seio materno e se a urina diminuiu.

Em ocorrências severas, pode haver dores e sangramentos importantes. A recomendação é buscar ajuda médica imediatamente. “Os sinais de alarme mais comuns são dores muito intensas, principalmente abdominal. Em crianças menores ou que não se comunicam, os sintomas se refletem em irritabilidade e choro contínuo, vômitos persistentes, sangramentos de mucosa, como nariz e gengiva, ou nas fezes.”

O diagnóstico em pacientes pediátricos é baseado na identificação dos sintomas, levando em conta o contexto epidemiológico. A confirmação pode vir de testes laboratoriais específicos, como isolamento viral, técnicas de PCR e sorológicos.

Para crianças com dengue, assim como para adultos, a febre pode ser controlada com o uso de paracetamol ou da dipirona. O AAS (ácido acetilsalicílico) e os anti-inflamatórios são contraindicados. Além disso, é fundamental que a criança seja incentivada a ingerir bastante líquido.

Já os usuários que não apresentam sintomas graves e não possuem condição de saúde especial, comorbidades ou risco social, o tratamento é realizado por meio da hidratação via oral e a prescrição de analgésicos, sendo necessária uma reavaliação clínica de 24h a 48h. “Nesse contexto, ressalto que a idade menor de 2 anos é considerada uma condição de saúde especial, devido ao maior risco de agravamento”

Como prevenir

A melhor forma de prevenção da dengue é a erradicação do mosquito vetor da doença, o Aedes aegypti. Assim, é fundamental cuidar do ambiente e da comunidade em que se vive, evitando o acúmulo de água e, consequentemente, os focos de proliferação das larvas. Vasos de plantas, sanitários sem tampa, ralos sem tela protetora, baldes, garrafas, pneus, água atrás da geladeira e ar condicionado são objetos que precisam ser monitorados.

Uma outra forma de proteção são os repelentes, cujo uso é permitido em crianças, desde que seja observada a faixa etária adequada indicada no produto. Em adição, é necessário ainda que os pais mantenham o cartão de vacinação infantil atualizado, uma vez que a faixa etária a ser priorizada para receber o imunizante da dengue será de 6 a 16 anos.

Onde buscar atendimento

Ao observar sintomas leves da doença, a pessoa deve procurar a Unidade Básica de Saúde (UBSs) de referência.

Paraíba recebe as primeiras vacinas contra a dengue e realiza distribuição das doses

A Secretaria de Estado da Saúde (SES), por meio do Núcleo de Imunizações, recebeu, nesta segunda-feira (12), o primeiro lote da vacina contra a dengue (Qdenga) com 37.040 doses do Ministério da Saúde (MS). As doses serão distribuídas pela SES, nesta quinta-feira (15), para a 1ª Região de Saúde da Paraíba.

A população alvo para a vacinação são crianças e adolescentes entre 10 e 14 anos, cuja faixa etária tem alto número de hospitalização por dengue. O esquema será de duas doses com intervalo de três meses entre elas. O quantitativo a ser recebido será direcionado para a primeira dose do esquema preconizado.

O Núcleo de Imunizações da SES vai realizar, na quinta-feira (15), às 9h, um alinhamento técnico para operacionalização da vacinação com os coordenadores de imunização e operadores de sistema de informação dos 14 municípios que compõem a 1ª Região de Saúde da Paraíba: João Pessoa, Santa Rita, Cabedelo, Bayeux, Conde, Caaporã, Sapé, Alhandra, Pitimbu, Cruz do Espírito Santo, Lucena, Mari, Riachão do Poço e Sobrado.

Importante ressaltar que, caso a criança ou adolescente tenha sido diagnosticado com dengue, é necessário aguardar seis meses para iniciar o esquema vacinal. Três meses depois da primeira aplicação do imunizante, será hora de receber a segunda dose.

A vacina contra a dengue foi incorporada no Programa Nacional de Imunizações (PNI) e com essa iniciativa o Brasil se torna o primeiro país do mundo a oferecer o imunizante no sistema público de saúde.