Uma boa rotina é essencial para que seu filho acostume-se, em algum momento do futuro, a dormir a noite inteira.
Sono típico
Os recém-nascidos dormem bastante — entre 17 e 18 horas por dia nas primeiras semanas de vida e 15 horas por volta do terceiro mês.
Ainda assim, eles quase nunca dormem mais que três ou quatro horas por vez, seja durante o dia ou à noite.
E o que isso quer dizer? Você também não terá muitas horas de sono seguidas.
No decorrer da noite, terá que levantar para amamentar e trocar o bebê; ao longo do dia, além dessas tarefas, vai brincar com ele.
Embora alguns bebês consigam dormir a noite inteira já aos 2 meses, muitos não chegam a esse marco até os 5 ou 6 meses de idade e, às vezes, até bem mais tarde.
Para que seu filho durma a noite toda, num futuro não muito distante, é preciso estabelecer uma boa rotina desde bem cedo.
Como criar bons hábitos para o bebê dormir
Veja algumas ideias para ajudar seu filho a se preparar para uma boa noite de sono:
Aprenda a entender os sinais que indicam cansaço
Nas primeiras seis a oito semanas de vida, o bebê não consegue ficar acordado por mais que duas horas por vez.
Se você esperar muito mais que isso para colocá-lo para dormir, ele estará cansado demais e não vai conseguir adormecer com facilidade, por incrível que pareça.
Preste atenção nos sinais de cansaço. Ele está esfregando os olhos? Não pára de mexer na orelha? Está com olheiras?
Se você notar essas indicações, ponha logo o bebê no berço ou num carrinho, ou outra superfície segura. Dessa forma, dependendo do temperamento dele, ele talvez já vá aprendendo a dormir sem ser no colo.
Muitas famílias não vêm nenhum problema em ninar o bebê sempre no colo para dormir, especialmente as adeptas da chamada criação com apego.
Comece a ensinar a diferença entre dia e noite
Alguns bebês são mais notívagos (algo que você pode até ter percebido durante a gravidez) e estarão com toda a energia do mundo bem quando você se prepara para pegar no sono.
Nos primeiros dias, não há muito o que se fazer quanto a isso. Mas, quando o bebê tiver por volta de 2 semanas, você pode começar a fazê-lo distinguir o dia da noite.
Algumas dicas para durante o dia:
Mantenha a casa bem iluminada
Não se preocupe em evitar os barulhos da rotina doméstica, como o telefone, as conversas ou o aspirador de pó, mesmo que ele esteja dormindo
Se ele costuma dormir durante todas as mamadas, acorde-o, procure conversar e cantar
Brinque o máximo que puder. Veja aqui sugestões
Algumas dicas para durante a noite:
Tente não fazer gracinhas quando for amamentá-lo
Acenda o mínimo de luzes e faça pouco barulho
Deixe que o bebê adormeça por conta própria
Quando ele tiver por volta de 6 a 8 semanas, tente deixar o bebê adormecer sozinho. Coloque-o no berço quando ele parecer cansado, mas ainda estiver acordado.
Dessa forma, ele pode começar a aprender a fazer a transição sem que você tenha que ficar balançando de um lado para o outro ou passando a mão nas costas dele.
Se desde o começo você acostumar o bebê a dormir por conta própria, ele vai tem mais chance de aprender esse ritual na hora do sono — e se você sempre niná-lo é isso que ele sempre vai esperar.
É claro que é uma delícia ninar o bebê. Mas a questão é que, quando ele acordar no meio da noite, vai precisar ser ninado de novo, se só conseguir adormecer desse jeito.
Para estabelecer um padrão de sono, é importante seguir a mesma rotina de dormir todos os dias.
Procure substituir hábitos que dependam exclusivamente da sua presença (mamadas, por exemplo) por alguma coisa que esteja ao lado da criança quando ela acordar de repente (um “paninho especial” ou um bonequinho, sempre prestando atenção para não ser nada que ela possa resolver sugar e se engasgar).
Possíveis dificuldades para o bebê dormir
Os bebês mais novinhos tendem a ter o sono mais constante. Porém, quando seu filho chegar aos 2 ou 3 meses de idade, pode ser que ele:
acorde no meio da noite mais vezes do que precisa
desenvolva associações para dormir que podem incomodar você mais para a frente.
Os recém-nascidos geralmente acordam no meio da noite para comer ou quando estão incomodados com uma fralda muito molhada, mas alguns acabam fazendo movimentos mais bruscos e acordando antes da hora de mamar.
Às vezes, só a proximidade com a mãe ajuda o bebê a se acalmar e a adormecer novamente.
Crianças que se “assustam” fácil podem dormir melhor quando enroladas numa manta ou cueiro, que contenha seus movimentos, imitando o ambiente fechadinho do útero.Mas o bebê enrolado (ou no “casulo”) precisa ser colocado de barriga para cima. E só é aconselhável enrolar a criança até os 3 meses.
Para evitar que a criança faça associações com a mamada ou com seu colo na hora de dormir, experimente colocar seu filho na cama antes que ele adormeça por completo.
E também tente dissociar o choro da saída do berço: fale com ele e tente acalmá-lo antes de pegá-lo no colo.
Algumas estratégias em relação a problemas para dormir
Ainda é bem cedo, mas seu filho precisa gradualmente aprender a dormir a noite inteira.
Especialistas divergem sobre a melhor forma de se fazer isso, e há muitas filosofias, bem diferentes entre si, e bastante polêmicas.
A distinção básica entre elas é a postura diante do choro. Algumas técnicas defendem que é preciso deixar a criança chorar, para que ela aprenda a dormir sozinha. Outras preferem privilegiar o contato físico e afetivo com o bebê, como forma de lhe transmitir segurança.
Até os 3 meses, é inevitável que seu filho acorde à noite, portanto não adianta criar expectativas de que ele já comece a dormir a noite inteira. Até os 5 ou 6 meses, é provável que ele ainda acorde para mamar.
A partir daí, talvez ele não precise mais da mamada da madrugada.
Desde já, porém, você já poder ir se preparando para dar a ele bons hábitos de sono. A criação de um ritual da hora de dormir é um deles.
Coloque-o no berço mais ou menos no mesmo horário todos os dias, depois de seguir a mesma rotina.
A verdade é que não há jeito “certo” de fazer seu filho dormir a noite toda quando crescer mais um pouco. Você tem que escolher um método que se ajuste à maneira de ser de sua família e seja confortável para seu coração de mãe.
Como reduzir o risco de morte súbita
Muitos pais e mães se preocupam com os riscos da síndrome da morte súbita do lactente (SIDS, na sigla em inglês).
Trata-se de uma morte inesperada e inexplicável que ocorre em crianças menores de 1 ano, e que é bem mais comum nos países do Hemisfério Norte, embora sua ocorrência não seja bem estimada no Brasil.
Apesar de não se saber com certeza o que leva a este tipo de morte, confira a seguir algumas recomendações da Academia Americana de Pediatria:
Coloque seu filho para dormir de barriga para cima, em um colchão firme e reto. A posição indicada não é mais a “de lado”. O bebê fica deitado com as costas no colchão, e só a cabeça fica de lado. Essa é, aliás, a postura que ele adota naturalmente: cabeça para o lado e um braço flexionado e outro estendido (parecido com um “espadachim”).
Evite usar cobertores, travesseiros e mantas no berço; retire bichos de pelúcia ou brinquedos do berço.
Cuide bem de você e do bebê durante a gravidez — faça um bom pré-natal e não fume nem use drogas.
Não permita que ninguém fume perto do bebê.
Os especialistas agora recomendam não colocar protetores de berço.
Não agasalhe demais o bebê e nem deixe o quarto muito quente (a temperatura deve ser agradável para um adulto vestido com roupas leves).
Tente não expor seu filho a infecções — sinta-se à vontade de pedir para que as pessoas lavem as mãos antes de segurar o bebê, e não se envergonhe de recusar visitas se elas estiverem doentes.